Há talvez uns quatros dias que acordo com a cabeça cheia de música, desta música, de cuja parte instrumental gosto muito:
Esse facto tem feito com que passe os dias inteiros a trautear a canção. Possivelmente por isso, porque não sei cantar, recomeçou a chover. Ao terceiro dia, nem as nuvens aguentaram a desafinação. Ah! mas não há hipóteses do tempo melhorar. Eu continuo a cantar de manhã à noite, sem que a voz me doa.
Domingo, contudo, último dia em que a atmosfera resistiu, à minha melodia, esteve mesmo uma linda manhã. Saltei da cama cantarolando e tratei de me pôr a caminho depois dos cuidados habituais de cada novo dia.
Desci a ladeira a pé.
Atravessei a porta...
E eis-me na ponte a atravessar da margem direita para a esquerda, que é como quem diz a virar costas a Marrazes e a caminhar em direção a Leiria, com o olhar virado à foz, enchendo-me desta linda e calma paisagem de inverno.
Caminhei pelo Marachão até ao centro da cidade
E voltei para trás. "Ah! mas nunca fotografei a Ponte do Bairro dos Anjos, deste lado."
E fui tirando fotos...
à medida que me aproximava.
Na outra margem, o café onde, com a Paula Miguéis, costumava estudar Direito Penal. Agora tem um ar desolador, mas mal chega a primavera torna-se um local muito aprazível.
De repente uma folha tardia lembrou-me que o inverno começara há pouco tempo...
Vai um passeio de avião?
Os técnicos verificam as condições do voo.
Tudo nos conformes. Toca a levantar voo.
Mas quem tiver medo de voar, pode optar por um passeio de barco. Não há barco, mas há gare
fluvial. Já não falta tudo...
Preferi continuar a pé, em ameno cavaquear com o sol e a paisagem. Encantei-me com as heras...
...no seu caminhar lento e seguro envolvendo o tronco das árvores.
E fui andando, andando...
... e regalando a vista. Não havia verde. A natureza dormia para só voltar a acordar na primavera
Antes da Ponte Europa, atravessei para os Marrazes e comecei o regresso pela margem direita.
Olhei para trás. Que lindo o rio correndo devagarinho para a foz!
Mas os peixes Senhor? Porque lhes dais tanta dor? Por que padecem assim?
Enchi os olhos de amarelo nestes malqueres que à luz do sol refulgiam.
Voltei a passar a Porta, desta vez em sentido contrário. Subi calmamente a ladeira e cheguei a casa.
Domingo: manhã, mas que linda manhã!
Salvo erro o avião é um Dacota do tempo de finais da II Guerra Mundial.
ResponderEliminarUma reportagem a preceito com o inevitável Lis e as suas bucólicas margens como personagens incomparáveis.
Os renques de choupos e plátanos ao longo do rio são um caso exemplar. Uma maravilha!
Muito obrigada, António, pela benevolência. :)
EliminarDesejo-vos um Novo Ano muito próspero e feliz.
Abraço fraterno.
finalmente vim sentar-me ao computador e consegui comentar, afinal não precisei de perguntar a ninguém foi só sentar-me e olhar com olhos de ver, sobre a tua "reportagem" já comentei no face mas digo que leio sempre atentamente tudo o que escreves e que gosto muito da maneira como pegas nos temas, parabéns
ResponderEliminarEu bem disse que não desistisses. Saberia que conseguias. Obrigada pelas tuas palavras. Foi a tua mãe que me ensinou a redigir. :)
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