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sábado, 29 de junho de 2013

REFLEXOS

"A tua imagem é uma alucinação que me persegue..."

Irismar Andrade Santiago


Mas eu...
Perco-me no meio de palavras divergentes...
O sonho, só, não basta
Preciso de algo que me afaste
Da ilusão, da incerteza, da incoerência.

Inês Montenegro


Registo  obtido sobre a foto de Muyra Davey - Red Wall, 2001/2002 - Tirage Dye transfer, exibida em Mudam - Luxemburgo



quinta-feira, 27 de junho de 2013

DIÁLOGO IMPROVÁVEL


Moyra Davey - Green Window - 2001/2002 

"Je veux faire des photographies mais se souhaite qu'elles prennent racine dans les mots"
 in "Notes on Photography & Accident"



Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Fernando Pessoa


terça-feira, 25 de junho de 2013

PARA QUE NADA FALTE

A minha amiga, Maria da Cruz, deixou-me copiar as fotos dela. Assim, aqui ficam as imagens das esculturas que faltavam, da exposição de Joana Vasconcelos. Obrigada, Maria da Cruz.



Le petit gateaux


A polémica "noiva"



Lilicoptère (2012)




Pormenores de "Royal Valkyrie". Com grande pena minha não consegui arranjar uma imagem de conjunto.

sábado, 1 de junho de 2013

EM PROL DA CULTURA

A professora Teresa Vieira, responsável pelas aulas de história, na Sempraudaz - Associação Cultural, tendo este ano letivo optado pela discussão das obras: "As luzes de Leonor", a marquesa de Alorna uma sedutora de anjos, poetas e heróis, de quem Maria Teresa Horta, sua descendente e autora do livro, pensa ter herdado a sensualidade e "A Marquesa de Alorna" de Maria João Lopo de Carvalho, organizou uma ida a Lisboa com o propósito das e dos "sempraudazes" visitarem o Palácio do Marquês da Fronteira. 

De caminho... passámos pelo Palácio Nacional da Ajuda, para vermos a mostra individual de Joana Vasconcelos.

Aqui vos deixo o meu testemunho.


Eis os "sempraudazes" dispostos a "tomar de assalto" o Palácio Nacional da Ajuda.


À entrada, enquanto esperávamos pelos bilhetes...


Qual não é o meu espanto?! Encontro-me com a Liberdade meio obscurecida...


E com a Generosidade maneta...


Entrámos no palácio e esta criatura de Deus, não conseguia tirar o flash da máquina fotográfica. Assim não podem degustar o Petit Gateaux, 2011, situado na Sala dos Reposteiros, como também não poderão passear-se pelo Jardim do Éden, na Sala Grande de Espera. 

No Éden não pagaram a conta à EDP. A sala estava às escuras e a fraca luz fornecida pela fibra ótica das flores de plástico compradas numa loja de chineses, não permitia veleidades a fotografas de "trazer por casa". Aqui tive ocasião de elaborar o meu primeiro juízo de valor: não vale a pena esforçarmo-nos para sermos bonzinhos, não pecar, não nos portarmos mal. Aquilo no Éden é uma "chatice" andamos todos aos tropeções e nem espaço temos para cair... No inferno deve ser mais divertido, pelo menos para quem goste... da luz acesa. Também não há eletricidade, mas temos a luz da fogueira que está permanentemente a crepitar. Por isso portem-se mal à vontade e perdoem-me a brejeirice.



Na Salinha dos Cães, finalmente sem flash na máquina, fotografei o Bragança (2012). O Bartolomeu ficou a ganir... 


Sala do Despacho - Airflow (2001) - e as gravatinhas de seda lá iam voando. Pudera, Qual seda qual carapuça?! Agora gravatas só na loja do chinês...


E que tal o Vitrail (2012) no quarto de D. Luís. O trabalho é feito em lã.


Apresento-vos a Imarí. Tinha uma parceira, a Esther, mas eu encomendei uma igual a esta para o centro da minha mesa de jantar. Pode ser que com o susto, me resolva a fazer dieta...


Amélia (2012). Ai se a minha mãe sonha que lhe chamaram santola...


A Todo o Vapor (2012): Esta é a flor carnívora vermelha, feita com ferros de engomar. Havia uma verde (2013)...


Alorna (2013) repousa na Sala Rosa. Será justo comparar a senhora com uma rã?


E eu a pensar que tinha muita tralha em casa... Menos sendo porcelana de Saxe... Socorro!


Na Sala Verde só poderiam estar a Formentera (2011) e a Joaquina (2012)


 Aqui fica a Joaquina em "tamanho família", para melhor a apreciarem. São uma osgas simpáticas (serão osgas?)



O Apolo (2013) e o Milord (2009). Confesso que no meu imaginário não eram bem assim...


Maria Pia  (2013), no quarto de cama da rainha. Uma vespa pronta a "picar"... em ouro sobre azul.


Tropicália (2013) - um carrinho de apoio de cabeleireira, desfuncionalizado.


Miau! Este é o Casanova (2012). Exibe-se na Vitrina dos Príncipes


Una Direccion (2003) - trabalho exposto no Corredor Largo. Pilares unidos por cordas feitas de cabelos entrançados. A objetivação da mulher conseguida com as cores de cabelo mais usadas no ano em que foi feita a obra.


La Dauphine et le Dauphin (2012) na Sala de Jantar: Eles próprios (casal real) a virar alimento. 

War Games (2011) Quem quiser brincar, vai para o Vestíbulo entreter-se no carro do avô de Joana Vasconcelos.



Eos e Aurora "duas gajas boas" 



Carmen (2001) - Escadaria Nobre e Maria Callas cantava...


Stripes (2012) - Inspirado no jogo Tetris. Dialética entre as formas rígidas e as flexíveis.


Perruque (2012) - Sala do retrato da Rainha 


Brise (2001) Sala das Senhoras do Corpo Diplomático. O sofá está coberto de flores de papel e o perfume (a brisa)... um forte cheiro a naftalina.


Eurovisão (2005) - Sala do Corpo Diplomático. A televisão, vestida de renda dos Açores, transmite Festival da Canção do ano de 1982, em que "As Doce" participaram com a canção "Bem bom"


Marilyn (2011). Que se contrapõe aqui: o papel social da mulher e a versão Gata Borralheira, cujo lugar é na cozinha? Alguém mede a hipótese de ter uns sapatos iguais...


Coração Independente Vermelho (2005) desandando e a voz da Amália encantando.


E quando passava da Sala de D. João VI para a de D. João IV, aconteceu o impensável... Fiquei sem bateria na máquina, pois esquecera-me de a pôr a carregar...


Fiquei com vontade de "andar de burro e comer ameixas verde", como diz a minha filha mais velha quando se zanga com ela própria, mas não havia ameixas verdes ou maduras, nem burro; só uma "burra" esquecida e essa lá foi andando...

Assim, confesso a minha pena de não vos mostra A Noiva (2001- 2005) que não deixaram a artista expor em Versalhes, obra perante a qual, segundo rezam as más línguas, o Sr. Ministro Paquistanês ia desmaiando, ao aperceber-se que era feita com tampões OB, numa visita guiada pela própria artista, no Palácio Nacional da Ajuda. 

Faltam ainda Lilicoptère (2012), obra exposta na Sala dos Archeiros e Royal Valkyrie (2012) que, na Sala de Exposições Temporárias, fala da nossa Portugalidade.

Joana de Vasconcelos desfuncionaliza objetos e joga ironicamente com conceitos e preconceitos. A mostra é divertida.

A reportagem da visita ao Palácio do Marquês de Fronteira, onde só se podiam fotografar os jardins, fica para a minha próxima visita ao local...