A professora Teresa Vieira, responsável pelas aulas de história, na Sempraudaz - Associação Cultural, tendo este ano letivo optado pela discussão das obras: "As luzes de Leonor", a marquesa de Alorna uma sedutora de anjos, poetas e heróis, de quem Maria Teresa Horta, sua descendente e autora do livro, pensa ter herdado a sensualidade e "A Marquesa de Alorna" de Maria João Lopo de Carvalho, organizou uma ida a Lisboa com o propósito das e dos "sempraudazes" visitarem o Palácio do Marquês da Fronteira.
De caminho... passámos pelo Palácio Nacional da Ajuda, para vermos a mostra individual de Joana Vasconcelos.
Aqui vos deixo o meu testemunho.
Eis os "sempraudazes" dispostos a "tomar de assalto" o Palácio Nacional da Ajuda.
À entrada, enquanto esperávamos pelos bilhetes...
Qual não é o meu espanto?! Encontro-me com a Liberdade meio obscurecida...
E com a Generosidade maneta...
Entrámos no palácio e esta criatura de Deus, não conseguia tirar o flash da máquina fotográfica. Assim não podem degustar o Petit Gateaux, 2011, situado na Sala dos Reposteiros, como também não poderão passear-se pelo Jardim do Éden, na Sala Grande de Espera.
No Éden não pagaram a conta à EDP. A sala estava às escuras e a fraca luz fornecida pela fibra ótica das flores de plástico compradas numa loja de chineses, não permitia veleidades a fotografas de "trazer por casa". Aqui tive ocasião de elaborar o meu primeiro juízo de valor: não vale a pena esforçarmo-nos para sermos bonzinhos, não pecar, não nos portarmos mal. Aquilo no Éden é uma "chatice" andamos todos aos tropeções e nem espaço temos para cair... No inferno deve ser mais divertido, pelo menos para quem goste... da luz acesa. Também não há eletricidade, mas temos a luz da fogueira que está permanentemente a crepitar. Por isso portem-se mal à vontade e perdoem-me a brejeirice.
Na Salinha dos Cães, finalmente sem flash na máquina, fotografei o Bragança (2012). O Bartolomeu ficou a ganir...
Sala do Despacho - Airflow (2001) - e as gravatinhas de seda lá iam voando. Pudera, Qual seda qual carapuça?! Agora gravatas só na loja do chinês...
E que tal o Vitrail (2012) no quarto de D. Luís. O trabalho é feito em lã.
Apresento-vos a Imarí. Tinha uma parceira, a Esther, mas eu encomendei uma igual a esta para o centro da minha mesa de jantar. Pode ser que com o susto, me resolva a fazer dieta...
Amélia (2012). Ai se a minha mãe sonha que lhe chamaram santola...
A Todo o Vapor (2012): Esta é a flor carnívora vermelha, feita com ferros de engomar. Havia uma verde (2013)...
Alorna (2013) repousa na Sala Rosa. Será justo comparar a senhora com uma rã?
E eu a pensar que tinha muita tralha em casa... Menos sendo porcelana de Saxe... Socorro!
Na Sala Verde só poderiam estar a Formentera (2011) e a Joaquina (2012)
Aqui fica a Joaquina em "tamanho família", para melhor a apreciarem. São uma osgas simpáticas (serão osgas?)
O Apolo (2013) e o Milord (2009). Confesso que no meu imaginário não eram bem assim...
Maria Pia (2013), no quarto de cama da rainha. Uma vespa pronta a "picar"... em ouro sobre azul.
Tropicália (2013) - um carrinho de apoio de cabeleireira, desfuncionalizado.
Miau! Este é o Casanova (2012). Exibe-se na Vitrina dos Príncipes
Una Direccion (2003) - trabalho exposto no Corredor Largo. Pilares unidos por cordas feitas de cabelos entrançados. A objetivação da mulher conseguida com as cores de cabelo mais usadas no ano em que foi feita a obra.
La Dauphine et le Dauphin (2012) na Sala de Jantar: Eles próprios (casal real) a virar alimento.
War Games (2011) Quem quiser brincar, vai para o Vestíbulo entreter-se no carro do avô de Joana Vasconcelos.
Eos e Aurora "duas gajas boas"
Carmen (2001) - Escadaria Nobre e Maria Callas cantava...
Stripes (2012) - Inspirado no jogo Tetris. Dialética entre as formas rígidas e as flexíveis.
Perruque (2012) - Sala do retrato da Rainha
Brise (2001) Sala das Senhoras do Corpo Diplomático. O sofá está coberto de flores de papel e o perfume (a brisa)... um forte cheiro a naftalina.
Eurovisão (2005) - Sala do Corpo Diplomático. A televisão, vestida de renda dos Açores, transmite Festival da Canção do ano de 1982, em que "As Doce" participaram com a canção "Bem bom"
Marilyn (2011). Que se contrapõe aqui: o papel social da mulher e a versão Gata Borralheira, cujo lugar é na cozinha? Alguém mede a hipótese de ter uns sapatos iguais...
Coração Independente Vermelho (2005) desandando e a voz da Amália encantando.
E quando passava da Sala de D. João VI para a de D. João IV, aconteceu o impensável... Fiquei sem bateria na máquina, pois esquecera-me de a pôr a carregar...
Fiquei com vontade de "andar de burro e comer ameixas verde", como diz a minha filha mais velha quando se zanga com ela própria, mas não havia ameixas verdes ou maduras, nem burro; só uma "burra" esquecida e essa lá foi andando...
Assim, confesso a minha pena de não vos mostra A Noiva (2001- 2005) que não deixaram a artista expor em Versalhes, obra perante a qual, segundo rezam as más línguas, o Sr. Ministro Paquistanês ia desmaiando, ao aperceber-se que era feita com tampões OB, numa visita guiada pela própria artista, no Palácio Nacional da Ajuda.
Faltam ainda Lilicoptère (2012), obra exposta na Sala dos Archeiros e Royal Valkyrie (2012) que, na Sala de Exposições Temporárias, fala da nossa Portugalidade.
Joana de Vasconcelos desfuncionaliza objetos e joga ironicamente com conceitos e preconceitos. A mostra é divertida.
A reportagem da visita ao Palácio do Marquês de Fronteira, onde só se podiam fotografar os jardins, fica para a minha próxima visita ao local...
Eu gosto é do gato de croché em cima da mesa... porque não mo trouxeste?!
ResponderEliminarHonestamente, gosto mais de Bordalo Pinheiro despido de rendas.Mas Joana Vasconcelos resolveu engalaná-los e eu respeito o trabalho que ela dá a fazer. É tudo renda dos Açores feita pelas mulheres que trabalham para ela.É ótimo dar trabalho a muita gente.
EliminarNão te trouxe o gato, mas estou a considerar seriamente a hipótese de ir lá buscá-lo para te oferecer.
33 fotos (clichés, ia eu a escrever à moda dos primeiros tempos da fotografia em Portugal, princípio do séc. passado) em prol da cultura! Sim senhora!
ResponderEliminarUma categoria de repórter e o tema também ajudou. O percalço da bateria... bem, são coisas que acontecem aos melhores. E quando vamos pelo cartão de memória e damos por que ele ficou no computador, na sessão de descarga das fotos no serão?! Fica-se, quê? ... com vontade de comer ameixas verdes? e andar de burro?! Já ouvi dizer outras coisas piores em situações análogas!
Bem, vou ver a Lua, que está uma maravilha, em noite de S. João. Ai, que ganas de ir ao Porto, ainda não foi desta. 1963 a 1966... desde então, nicles!
Olá, António.
ResponderEliminarAcho que nem me lembrei da lua, na noite de S. João. Lembrei-me de outras coisas. :) Estava longe. Estava com a minha filha mais nova no Luxemburgo. Nos anos do Grão-Duque. :) Há dois anos fui aos anos do Príncipe de Edimburgo. :) E lá vou andando de festa em festa para que ninguém se zangue. :))