Estive
sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.
Eugénio de Andrade
Os Sulcos da Sede
quarta-feira, 16 de maio de 2012
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A vida inteira, é repleta de poesia.
ResponderEliminarBela partilha, essa!
Um beijo,
Lúcia
Neste dia tão quente sabe bem estar aqui, "À Beira de Água".
ResponderEliminarEstive tão perto de matar-te a sede...
ResponderEliminarBelo!
QUE LINDO ISABEL!!! ADOREI...
ResponderEliminarObrigada pela partilha; não conhecia este poema...
Tá melhor???
Um grande beijinho
Lena