Sigo
À margem de mim
mergulho os pés
na frescura do dia
As mãos acariciam
A latitude da ausência
Os passos marcam a cadência…
Marulham ondas
Negam-se os silêncios
Que o vazio das vozes não vestiu
E a solidão sorriu…
A paisagem reverdece
É primavera?
E que acontece?
Espero a vida?
A vida espera-me?
Um dia e outro dia
Sigo assim
Não caminho na praia
Mas em mim
Palavras delicadamente entrançadas que fazem lembrar a mais fina das filigranas...
ResponderEliminar"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar..."
http://www.youtube.com/watch?v=2DA3pRht2MA
Cantares (Antonio Machado)
EliminarPosted on POESIA LATINA, by Maria Teresa Pina
Tudo passa e tudo fica
porém o nosso é passar,
passar fazendo caminhos
caminhos sobre o mar
Nunca persegui a glória
nem deixar na memória
dos homens minha canção
eu amo os mundos sutis
leves e gentis,
como bolhas de sabão
Gosto de ver-los pintar-se
de sol e grená, voar
abaixo o céu azul, tremer
subitamente e quebrar-se…
Nunca persegui a glória
Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar
Ao andar se faz caminho
e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca
se há de voltar a pisar
Caminhante não há caminho
senão há marcas no mar…
Faz algum tempo neste lugar
onde hoje os bosques se vestem de espinhos
se ouviu a voz de um poeta gritar
“Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar”…
Golpe a golpe, verso a verso…
Morreu o poeta longe do lar
cobre-lhe o pó de um país vizinho.
Ao afastar-se lhe viram chorar
“Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar…”
Golpe a golpe, verso a verso…
Quando o pintassilgo não pode cantar.
Quando o poeta é um peregrino.
Quando de nada nos serve rezar.
“Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar…”
Golpe a golpe, verso a verso.
(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)
RUI,BEM HAJA, POR ME TER LEMBRADO!