Estacionara no Largo da República
e seguia passeio fora, desgrenhada, cheia de frio, tão enrugada, tão triste, “tão
fora de esperar bem”, tão necessitada de que me engomassem… Pensava no dia
vinte de Março “Ah! Onze horas e dois minutos?! Mas que prima terá chegado? A
vera não foi de certeza. Por onde andará a primavera?”
E o vento soprava fortemente… e
os meus cabelos, acabados de pentear na cabeleireira, digladiavam-se irados sem
que se vislumbrasse qualquer hipótese de trégua e eu continuava agarrada à parka
mais leve que vestira, saudosa da mais quente que deixara em casa.
“A Ilda só não falhará Bach, porque
sabe a música de cor”- pensei, sentindo-me a Madame Mim da banda desenhada e
lembrando o concerto desta noite onde a minha amiga Ilda Coelho, atuará num
palco baixo, havendo a hipótese de encarar as pessoas que a escutarão.
Cruzo-me com a A.V. “Isabel, nem te conhecia,
cada vez estás mais nova. Estás mesmo boa.”E não perguntava, afirmava. “Mulher,
tira os óculos” – proferi azeda - ela seguia, tal como eu, de óculos escuros. “Não
tiro não, que vejo muito bem. Estás ótima. Adorei encontrar-te.”
Ah! Não há como as amigas para
nos levantarem o astral! Sobretudo nos dias de vento gelado quando seguimos, passeio fora, mal
agasalhadas.
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gostei, as amigas são para as ocasiões e apesar do frio e não te ter visto nesse dia e não usar óculos nem de sol sei que estás optima
ResponderEliminarOlha que não, amiga. Ando em baixo. Falta de caminhadas, com morcelas no lanche :))
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