Há dias a minha amiga facebookeana
AR estava com “os nerves”, escrevia ela, por conta da filha de dez anos e eu ri
com o comentário publicado. Conversámos depois, a propósito do assunto através
do chat e só após terminarmos a conversa me recordei do episódio que passo a
descrever.
Jantávamos, eu e as minhas duas
filhas sentadas em volta da mesa redonda daquela sala de refeições contígua à
cozinha, na casa onde então residíamos, quando a mais nova, que tinha na altura
oito anos, manifestou pela primeira vez a sua pretensão:
- Quando for grande quero ser
tradutora de CEE e vou trabalhar para Londres.
Eu achei a ideia hilariante e em
vez de corrigir o erro, retorqui:
- Ai que bom! Já tenho quem me
pague umas férias em Inglaterra.
- Não, mamã, eu pago-te é o
bilhete de Londres para Lisboa.
A mais velha, onze anos de olhar
maroto, achou por bem interferir:
- E eu pago o bilhete de Lisboa
para Londres.
Eu ri com vontade. Era a costela,
do meu lado materno e paterno, homogénea e precocemente misturadas a falarem na sua
forma predileta: a ironia.
- Como gostam de mim! As duas a
querem ver-me pelas costas!
E depois do que vos conto,
digam-me: quando as vossas filhas arrebitarem o nariz ainda vão considerar-se com
o monopólio da irreverência?
As minhas ainda hoje continuam a arrebitar o nariz... e já têm mais de 3X11 anos...
ResponderEliminarAs filhas a quererem dividir o bem pelas cidades... e ainda vem falar de açambarcamento?
ResponderEliminar:)
Irreverências destas?!
ResponderEliminarQue bom!...