Recomeça…
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
Miguel Torga
sábado, 31 de dezembro de 2011
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Estimada Amiga Isabel,
ResponderEliminarÉ sempre bom recordar esse grande poeta que foi Miguel Torga, este belo poema é bem pertinente. Adorei.
Oxalá que o ano do Coelho que dentro de dias termina, acabe também com as nossas preocupações e que o Dragão queime tudo o que de mau se passou.
Feliz Ano, que seja passado com muita Saúde, paz e Amor, aqui faltam menos de 5 horas para deixar-mos o 11 e passar-mos ao 12. 2555
Abraço amigo
"My kingdom for a horse!"
ResponderEliminarW.Shakespeare (Richard, the III)
Como Sísifo!
ResponderEliminarBom Ano, amiga!
Beijinhos
Bom Ano para todos os meus amigos.
ResponderEliminarSaúde, muita saúde, sapiência para reconhecermos que esse é o maior bem que podemos usufruir e muita alegria de viver.
Beijinhos
Receita de Ano Novo
ResponderEliminarPara você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drumond Andrade