Debrucei-me na “Varanda das Estrelícias” e o Álvaro Costa acenou-me:
Cuidado!
No olho do furacão
Nesse triângulo das Bermudas
Que se chama de paixão
Nessa vertigem de águas
Tem cuidado, coração!
Audaz, pois nem conheço o Álvaro, protegida pela distância informática e pelo silêncio da minha sala só quebrado pelo matraquear das teclas do PC, sinto-me incapaz de o deixar sem resposta.
Há paixão com cuidados? Há conformismos no amor?
Ele chegou qual Eróstrato. Traz o fogo no olhar, mas traz também mel nos lábios, suavidade nas mãos, ternura no abraço e em si a encantadora frescura do gesto, sempre diferente, sempre melhor, cada vez mais gostoso.
O encontro é rápido, como rápido é avançar na maré cheia. O mar acomete-os em ondas sucessivas e basta abrir os braços e erguer os pés para serem possuídos e gozarem a posse. Se não tiverem tempo de avançar, a onda rebenta-lhes em cima e leva-os à praia.
Ébrios de movimento erguem-se meio tontos e respiram fundo. Só então sentem no peito a vertigem do mergulho que já deram e apetece-lhes mais.
Tentam de novo, repetem o gesto.
Estão à beira-mar . Tentam respirar. Bem-vindos à vida!
Mais tarde, o Álvaro escreverá
Agora eu sou um pingo
Bem diferente dos demais
…………………………………
Poderei depois ser onda
………………………………
Desfeita em pingos, poalha
Espuma leve na praia
Que depois o vento espalha
E de mim nada na areia...!
Que o Álvaro Costa me perdoe a ousadia, a irreverência. Ele escreve coisas belas e sensuais. Merece ser lido. É fácil encontrá-lo em “Varanda das Estrelícias”.
Tou babado... E nem precisei de incendiar templo nenhum!
ResponderEliminarAcabaste de me dar uma ideia! Pelos anos ofereço-te um babeiro. Qual é o dia?
ResponderEliminarPor este andar...
ResponderEliminarUm babeiro será pouco!
Talvez um alguidar,
Se me lês e me dás troco...!