E eu sorrio ao olhar para esta concha pequenina porque tenho a sensação que basta baixar-me e, num gesto tantas vezes repetido, estender a mão e meter S. Martinho no bolso para trazer para casa.
Mas, será que não trouxe já?
Porquê "HORIZONTE SEM HORAS"? Gosto de me passear por uma paisagem larga, com água por perto. Usufruindo da beleza que me cerca, estruturo o pensamento na mistura de sons e cheiros de que as manhãs são férteis. Sim! Gosto de caminhar de manhã, como se possuísse o tempo. Não aquele que se convencionou medir pelo relógio mas o meu, feito de vagares, de esperança, de magia...
E eu sorrio ao olhar para esta concha pequenina porque tenho a sensação que basta baixar-me e, num gesto tantas vezes repetido, estender a mão e meter S. Martinho no bolso para trazer para casa.
Isabelamiga
ResponderEliminarLi-te em comentário ao último texto da nossa comum Émepontamiga e gostei muito; muitíssimo; muitérrimo; muitérrimíssimo...
Ela escreve divinamente, é contundente, tem uma ironia «feroz», descalcifica um cidadão, por mais que ele tome vitamina C. É caustica q.b. e repentina. E inteligente; muito.
Mas, o que te venho dizer é sobre tu (???). Acho esta forma de expressão bué da fixe (como me ensinaram os meus netos) embora o correcto seja ti. Mas, não se pode ter tudo.
Também leccionei, ainda que no secundário (quando havia sete anos de Liceu) e no superior. Por isso percebo o que escreveste, aliás, repito, excelentemente.
Como verás na minha Travessa que desejo que também seja tua, tenho vindo a ganhar a minha vida a escrever. Bem? Mal? Antes pelo contrário? Aos que (ainda) têm a paciência de me ler deixo a resposta, como sempre o fiz.
E prontos (sem S), não se fala mais nisso.
Qjs = queijinhos = beijinhos
Olá, Henrique.
ResponderEliminarÉ um prazer poder contar-te no grupo dos amigos.
Confesso que já tinha "metido o nariz" na tua Travessa, bem suculenta, diga-se em abono da verdade. Obrigada pela oferta prometo que em vez do nariz, de futuro, enfiarei lá o garfo.
Beijinho
PS. Acho que deveríamos juntar-nos e apertar o papo a M. Ficaríamos com as consciências bem mais tranquilas.
A fotografia está um espanto!
ResponderEliminarE o que tu gostas de S. Martinho!!!
Eu prefiro São Pedro de Muel.
Olá, Carol.
ResponderEliminarComo eu gosto de S. Martinho! Como não haveria de gostar? É o sítio onde sonho melhor, onde desato os nós do pensamento e onde a minha alma voa tão leve como borboletas brancas num campos de malmequeres. Não me refiro a S. Martinho cheio de gente, mas à praia nua, sem barracas, antes dos veraneantes chegarem. Cheguei a passar as férias de Natal e Páscoa em S. Martinho. O espaço é um luxo que não consigo usufruir em S. Pedro de Moel (gosto mais de escrever com "o" e como há escolha...), mas também gosto do teu mar batido.
Apartar-me o papo?
ResponderEliminarVou-me já embora...lol
Não vás M. eu gosto muito de te ter aqui :)
ResponderEliminarAqui era só conversa dorida por não te ter cá mais vezes. :)
Cara Isabel:
ResponderEliminarPelo que tenho lido,gosta mais do VERDE de VERDADE, mas embora em AZUL tenho uma boa notícia
para lhe dar. S.Martinho tem este ano Bandeira Azul. Será consequência dos seus belos passeios à beira mar ou algum dos responsáveis também se apaixonou pela CONCHA. Com as suas descrições sobre o local ,quem teria coragem de não dar a Bandeira Azul ou Verde.
Meu caro euchavi:
ResponderEliminarEu gosto muito de S, Martinho., mas há muito quem não goste. Posso garantir-lhe que o Sr. Presidente da Câmara de Alcobaça é uma dessa pessoas. Imagine que em Agosto do ano passado pediu, à CM Nazaré, uma barraca horrível de velha, enorme e rota, pretensamente colada com bocados de fita-cola e pespegou uma espécie de biblioteca para a infância, mesmo à frente do nariz das pessoas que como eu escolhem uma determinada fila de barracas da praia que lhes permite usufruir da vista até Salir. Tentei resolver a questão e nada foi possível. Até escrevi uma carta para o Jornal de Leiria, um semanário cá do burgo que não a publicou. Intitulava-se: A CULTURA DA BARRACA/A BARRACA DA CULTURA. Enfim nem vale a pena dissertar mais sobre as aberrações que aconteceram à conta daquele espaço que servia para guardar as bicicletas de aluguer, os insufláveis cujo barulho "gramámos" o mês inteiro, para o meu banheiro cavaquear com a senhora da biblioteca que lá estava destacada e para as criancinhas da senhora do insuflável, que descansava lá, recolhida do sol, com os pés em cima das mesa onde as crianças deveriam desenhar.
Além do Sr. Presidente da CMA, o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de S. Martinho também não gosta. S. António é o Sto. padroeiro e são grandes os festejos por essa altura. Imagine que, com tanto espaço, podendo deslocar os standes das empresas para o local onde decorria a feira, o Sr. Presidente autorizou a sua colocação ao longo do passeio da avenida marginal. Quando vi o serviço, nem queria acreditar!
No Domingo passado estive em S. Martinho com uma amiga que fez anos e com quem cumpro o ritual de por essa altura ir almoçar ao restaurante "A casa" (avenida marginal) e perguntei ao empregado que nos serviu se ninguém se insurgia com o facto e a resposta foi "ora, o Presidente da Junta nem é bom para a família como é que há-de ser para os outros".
Há um movimento: S. Martinho para Caldas: Ainda não tive coragem de o subscrever. Não tenho garantias de que as coisas melhorem.
Quanto à Bandeira Azul, fico muito contente com a sua atribuição e espero que quem deve se interesse devidamente pela paisagem fabulosa da "minha" praia.
Obrigada por me ter informado.
euchavi:
ResponderEliminarontem, por conta de S. Martinho, inflamei-me de tal forma que faltou dizer-lhe o mais importante. No arco-íris, já reparou onde se situa o VERDE? Possivelmente, o Artista que pintou o Mundo, misturou o Sol e o Mar e aconteceu a Primavera.
VERDE sem AMARELO É AZUL.
ResponderEliminarE como gosto de Pessoa e gosto do seu Cavalo VERDE à falta de melhor um poema do Fernando
qe mete música e teatro
O Maestro Sacode a Batuta O maestro sacode a batuta,
A lânguida e triste a música rompe ...
Lembra-me a minha infância, aquele dia
Em que eu brincava ao pé dum muro de quintal
Atirando-lhe com, uma bola que tinha dum lado
O deslizar dum cão verde, e do outro lado
Um cavalo azul a correr com um jockey amarelo ...
Prossegue a música, e eis na minha infância
De repente entre mim e o maestro, muro branco,
Vai e vem a bola, ora um cão verde,
Ora um cavalo azul com um jockey amarelo...
Todo o teatro é o meu quintal, a minha infância
Está em todos os lugares e a bola vem a tocar música,
Uma música triste e vaga que passeia no meu quintal
Vestida de cão verde tornando-se jockey amarelo...
(Tão rápida gira a bola entre mim e os músicos...)
Atiro-a de encontra à minha infância e ela
Atravessa o teatro todo que está aos meus pés
A brincar com um jockey amarelo e um cão verde
E um cavalo azul que aparece por cima do muro
Do meu quintal... E a música atira com bolas
À minha infância... E o muro do quintal é feito de gestos
De batuta e rotações confusas de cães verdes
E cavalos azuis e jockeys amarelos ...
Todo o teatro é um muro branco de música
Por onde um cão verde corre atrás de minha saudade
Da minha infância, cavalo azul com um jockey amarelo...
E dum lado para o outro, da direita para a esquerda,
Donde há árvores e entre os ramos ao pé da copa
Com orquestras a tocar música,
Para onde há filas de bolas na loja onde a comprei
E o homem da loja sorri entre as memórias da minha infância...
E a música cessa como um muro que desaba,
A bola rola pelo despenhadeiro dos meus sonhos interrompidos,
E do alto dum cavalo azul, o maestro, jockey amarelo tornando-se preto,
Agradece, pousando a batuta em cima da fuga dum muro,
E curva-se, sorrindo, com uma bola branca em cima da cabeça,
Bola branca que lhe desaparece pelas costas abaixo...
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
"à falta de melhor"?! Melhor só mesmo PESSOA (quem?)a escrever um poema para mim vindo entregar-mo montado no CAVALO VERDE!
ResponderEliminarCaro euchavi:
Muito obrigada pelo poema. Gostei imenso. Que gentileza foi escolher um poema para mim!
Há em Pessoa uma certa nostalgia da infância que não tem paralelo com o meu cavalo verde, embora também este resulte de uma brincadeira de infância. É produto das minhas cavalgadas solitárias nas figueiras do quintal de minha avó Isabel, como já referi numa das primeiras postagens, neste blog.
O CAVALO VERDE é a minha utopia. Fez este Sábado oito dias que o acaso e a amizade juntaram à mesa do café cinco mulheres, entre as quais estava. Todas insistiam que eu era muito exigente, que deveria mudar a cor do cavalo, mas garanti que não abria mão, quanto muito deixaria que tivesse as orelhas azuis, mas o rabo, obrigatoriamente teria de ser todo verde para ondular ao vento, como uma seara em movimento.