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sábado, 11 de junho de 2011

É HOJE

Há dias a Alice telefonara: “queres ir a Alcongosta?”. Num relâmpago pensei: quer enfiar-me naquela caneca que vi não sei onde. Sim, eu tinha lido aquela palavra numa linda caneca e não sabia o que significava. Afinal o cenário era outro. Estava a perguntar-me se queria ir à Festa da Cereja lá para os lados do Fundão, no dia dez de Junho. Bendita ignorância! Anui, pensando que se tivesse juízo aproveitaria o dia para deixar o esqueleto sossegado em cima do colchão e combinámos que no dia aprazado estaria à sua porta, cerca das sete e quarenta e cinco minutos.

Ao fim da tarde do dia nove, fui à inauguração da II Semana Gastronómica da Boa Vista (quem resiste a convites onde a franca camaradagem se mistura com a inigualável qualidade do leitão?) e cheguei a casa às zero horas do dia dez. Daí a umas horas teria de estar à porta da Alice, que se situa uns metros mais abaixo, mas antes prometera ir buscar outra amiga que mora mais longe.

Àquelas lindas horas fiz pataniscas de bacalhau para o farnel (havia prometido que levava) e lá me deitei, tarde e más horas para me levantar às seis e meia dessa mesma manhã.

O despertador tocou e eu não atinava com as teclas para o fazer calar. De olhos fechados é difícil, mas não foi impossível e foi ainda de olhos fechados que cheguei à banheira onde a água do chuveiro mos começou a abrir. Acho que ainda não estariam completamente abertos quando me sentei na camioneta.

Alcongosta cumpriu-se. No horizonte desse dia adivinhava-se uma noite descansada.


Tenho por hábito dizer, quando algo não me corre a contento, “apetece-me atirar ao rio”, mas tenho o cuidado de acrescentar “só não o faço porque a água está molhada”. Na verdade muitas vezes o motivo nem chega a ser esse, pois a água é tão pouca que “nem está molhada” e eu correria o risco de partir a cabeça.

Pois esta manhã aconteceu o impensável. O silvo agudo do despertador, onde eu me esquecera de anular a marcação do dia anterior, interrompeu o melhor dos meus sonos.

É hoje, é hoje que me atiro ao rio. Daqui a bocado tratarei disso, mas levo a castanhola de cana que comprei em Alcongosta, não pensem os patos que dormem, se eu não pude fazê-lo!

8 comentários:

  1. Leitão, pataniscas de bacalhau... e a cavacal cereja em cima do bolo... (é demasiado para quem está de dieta).
    :)

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  2. Amanhã haverá nova caminhada. Desta vez pela tasquinhas de Ourém. Vão perder-se todas as calorias. Ou melhor matar-se... Calorias não bichinhos que entram no guarda fatos e apertam a roupa?

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  3. Quando tudo estava apostos para os discursos descemos a ladeira prontos para o regresso. Aconteceu que a GNR não nos deixou arrancar antes da comitiva do Sr. Presidente e tivemos de esperar. Vi-o passar de carro, sorridente ao lado da esposa. Só depois podemos partir.

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  4. Cuidado com o frio. A água fria é uma seca:)

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  5. Ora M., só dizes isso porque não conheces o rio Lis! Na cidade, tem cada margem em sua freguesia e o caudal é surpreendente. Certa manhã de Domingo em que me passeava pela margem esquerda (passeio sempre pela margem da outra freguesia para não gastar a da minha :)), ouvi música e fui seguindo o som. No meio do rio, numa língua de areia, um grupo de jovens deliciava os passantes com um concerto. Perto outra jovem, também no leito do rio, filmava o evento. Isto passava-se bem perto do centro da cidade em frente à "Residencial do séc. XXI" (um lar de idosos cá do sítio), onde há um acesso directo ao caudal do rio. Diz lá se com um rio destes também não te atiravas... já que mais não fosse para correres atrás dos patos...

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  6. E eu que não sei nadar terei que lançar uma corda?
    Obrigado pelo comentário deixado no meu espaço.
    Boa semana.

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  7. Olá, João. Traga algumas flores e deixe-se escorregar pelas glicinías.
    Gosto de sentir essa boa disposição.
    Bem-vindo ao meu "sítio".

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