Horizonte ….
O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidéreo
‘Splendia sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa ---
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte ---
Os beijos merecidos da Verdade.
…Sem horas
O tempo ficou sem horas enquanto estive em teus braços;
Passou em câmara lenta,
Noutro tempo, espaço, dimensão.
Potencializado.
(ou não );
Será mesmo que existiu?
Indago mirando meus olhos, com tanto brilho,
Espelhado.
Sei lá!
Necessário precisar?
Nem sei exprimir.
Ah!
Mas também
Quem disse que se divide o tempo?
E se tempo nem existir...
Se existem horas
E horas
Que aquela fique de fora,
De imprecisa interpretação
Que se torne invisível
Que permaneça então na lembrança
Nesse diálogo interno atemporal, indivisível,
Eterno,
Inesquecível!
‘Splendia sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa ---
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte ---
Os beijos merecidos da Verdade.
Fernando Pessoa
…Sem horas
O tempo ficou sem horas enquanto estive em teus braços;
Passou em câmara lenta,
Noutro tempo, espaço, dimensão.
Potencializado.
(ou não );
Será mesmo que existiu?
Indago mirando meus olhos, com tanto brilho,
Espelhado.
Sei lá!
Necessário precisar?
Nem sei exprimir.
Ah!
Mas também
Quem disse que se divide o tempo?
E se tempo nem existir...
Se existem horas
E horas
Que aquela fique de fora,
De imprecisa interpretação
Que se torne invisível
Que permaneça então na lembrança
Nesse diálogo interno atemporal, indivisível,
Eterno,
Inesquecível!
Marlene Edir Severino
Eis, finalmente, uma casamento feliz:)
ResponderEliminar"Y fueron felices y comieron perdices", como dizem nuestros hermanos.
ResponderEliminarSe a M. for a madrinha aceita-me para padrinho?
:)
Dizes bem M. "feliz" não perfeito:)
ResponderEliminarRui, então não havia de o aceitar para meu padrinho?! Seria uma honra. Já estou a imaginar a cena: Na praia, à noite, M. lindo com um vestido de soirè, esvoaçante, azul mar amadrinhando o acto; a toilette do padrinho deixo ao seu livre arbítrio. Eu, a noiva, em biquini com uma grinalda de estrelas e um colar de búzios e o meu CAVALO VERDE, sim que outro não poderá ser o noivo, lindérrimo de smoking. Só não estou a ver quem poderá levar as alianças... A minha Rita, que acabou de descobrir que tem mãos era capaz de as comer, o meu André seria capaz de as reinventar para outro fim que não para o habitual e... lá se ia a festa...
ResponderEliminarEu posso levar as alianças.....
ResponderEliminarMas não para dizer estas "palermices" que vim aqui! Foi para dizer outras...
O Pessoa é sempre o grande Pessoa, mas este segundo poema é um ESPANTO!
Vou copiá-lo para o meu caderninho, deixas?
Beijinho
Olá, "carol".
ResponderEliminarE eu a acelerar na A8...
Serve-te à vontade.É tudo teu.
Bj.