NOTA PRÉVIA
Há dias, numa qualquer madrugada,
publiquei o pequeno texto que se segue. De imediato recebi ordem de um amigo de
que o apagasse.
O meu amigo, um conhecido
intelectual cá do sítio, com obra dada à estampa e prémios literários no currículo,
é daqueles de que não me consigo livrar, nem quero (confesso em abono da verdade),
há mais de meio século, com tal ordem levou-me a concluir o que eu já
desconfiava: “O texto é pouco ortodoxo.” E lá entrámos nós numa conversa no chat no Facebook, que eu, para além de adorar conversar até sobre coisa
nenhuma, também gosto de trocar opiniões sobre algo oportuno.
Afinal estava enganada. O meu
amigo achou o texto engraçado e pretendia que eu concorresse com ele a um
concurso de “short story” que está a decorrer, facto pelo qual o dito texto não
poderia ser publicado, pois a concurso só seriam aceites textos inéditos.
Fiquei deveras sensibilizada com
a simpática ideia do meu amigo e mais ainda com a confiança que mostrou
depositar nos meus hipotéticos dotes de escrevinhadora, mas já me dou por feliz
com a alargadíssima meia centena de pessoas que por aqui me lê (tantas vezes
mais que cinquenta… outras vezes menos…). Acho que, mesmo dos que não conheço,
já sou um bocadinho amiga. Chega-me a vossa simpatia. Por isso o texto aqui está. Não preciso de tentar
qualquer outro reconhecimento.
OBRIGAM-ME
Fui à depilação. Ritual que de
vez em quando as mulheres cumprem, felizmente para mim, muito “de vez em
quando”. Muitos sorrisos, muitos cumprimentos, beijinhos e todas aquelas
gentilezas a que Ana me habituou: ”Já tinha saudades, não a via desde Janeiro”
“Pois aqui me tem, aproveite e vingue-se da ausência”.
Lá fui para o gabinete decorado
agradavelmente e aquecido, usufruindo de música ambiente. Chega Ana e começa a
desempenhar o seu trabalho… “a senhora, que é tão moderna, deveria fazer uma
tatuagem, agora usa-se”. “Tatuagem não. Sou incapaz de sofrer até mesmo uma
picadela de alfinete para ficar mais bonita, mas se tiver uma caneta de feltro,
não me importo que desenhe um coração e escreva aí: amor de mãe”
Eu não quero dizer tolices, mas
obrigam-me…
É assim um bocadinho como a mim... Se bem que eu nem espero que me obriguem...
ResponderEliminarNão me digas que já fizeste a tatuagem?!
Eliminartexto delicioso.:)
ResponderEliminarcheguem aqui via "graça sampaio" e este passa a ser um sítio de passagem obrigatória.
Olá, Humana. Seja bem vinda. É um prazer recebê-la no meu sítio.
ResponderEliminarVolte sempre.