VIAGEM
Persegue-me na noite a voz do impossível,
Rebentam-me aos ouvidos as ampolas de sangue.
Avanço devagar para a hidra intangível
Que dorme no horizonte do lado do levante.
Fascinam-me o mistério do seu rosto sem nome,
O muro de silêncio que a separa de mim,
A jornada no escuro, os perigos, os escombros,
As barreiras de sombra a que vou pondo fim.
Avanço devagar para a hidra que dorme
O seu sono latente na véspera de mim.
E percorro países como esqueço palavras
E atravesso rios como desprezo leis
E pairo nas alturas com as costas voltadas
Aos séculos de pasmo que para trás deixei.
Avanço devagar para a hidra que dorme
O seu sono de pedra num abismo sem fundo.
É a hora em que a terra não gira,
Em que o vento não corre.
É o tempo do homem descobrir o mundo.
José Carlos Ary dos Santos
Persegue-me na noite a voz do impossível,
Rebentam-me aos ouvidos as ampolas de sangue.
Avanço devagar para a hidra intangível
Que dorme no horizonte do lado do levante.
Fascinam-me o mistério do seu rosto sem nome,
O muro de silêncio que a separa de mim,
A jornada no escuro, os perigos, os escombros,
As barreiras de sombra a que vou pondo fim.
Avanço devagar para a hidra que dorme
O seu sono latente na véspera de mim.
E percorro países como esqueço palavras
E atravesso rios como desprezo leis
E pairo nas alturas com as costas voltadas
Aos séculos de pasmo que para trás deixei.
Avanço devagar para a hidra que dorme
O seu sono de pedra num abismo sem fundo.
É a hora em que a terra não gira,
Em que o vento não corre.
É o tempo do homem descobrir o mundo.
José Carlos Ary dos Santos
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