Foto da autoria de António Nunes
Num verde amarelado, aquela árvore ondula levemente sujeita à chuva e à aragem, vejo-a através da vidraça, sentada à mesa da sala, de onde escrevo. E invejo aquela árvore que o outono há de despir para a primavera renovar. O verde dela amarelou, o meu extinguiu-se.
Quando eu morrer rosas brancas…
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ResponderEliminarSerá uma destas?
Boa tarde,Isabel, é outono, mas da cor pressentem-se tons e sons dulcíssonos ...
Olá, António.
EliminarEstá a ver o que faz ser simpático? "Roubei" a sua árvore para evocar a minha, mas esta é mais bonita que a que vejo através da vidraça e são espécies diferentes.
Mas é uma linda árvore vestida de outono... E sente-se a vida pulsar, na sinfonia que o vento mistura nas cores e nos tons dulcíssimos da folhagem.
Invejar não é bonito... permita-me dizê-lo, assim sem papas na língua, gosto da sua escrita.
ResponderEliminar:)
Olá, Rui.
EliminarMuito obrigada pelo seu comentário. É muita gentileza sua.
Bem haja!
A propósito de escrever bem. Fiquei com algumas dúvidas e reticências quanto ao uso das palavras dulcíssono ou dulcíssimo.
ResponderEliminarComo estava a escrever em verso (pretensamente, pelo menos), não aprofundei ao extremo o uso duma ou doutra palavra no contexto da primeira quadra do post da «melia». Optei pela primeira, quase por instinto, ainda que aquele misto de doce cor e suave e etéreo som, que, talvez só eu, é que o consegui ouvir, me tenham impulsionado nesse sentido.
Ai a liberdade (condicional, vá lá) que a poesia nos concede!
Que lindo dia de Sol! ...
Olá, António.
EliminarSó conheço duas formas para o superlativo absoluto sintético de doce: docíssimo, que se formou por via popular e dulcíssimo que se formou por via erudita e que é a que normalmente usamos.
Para mim que nunca estudei linguística, nem literatura (sou de geografia) e embora apreciando a pureza da língua, não me choca nada que tenha inventado um termo novo. O António escrevia poesia, a forma privilegiada da expressão, porque não juntar o "misto de doce cor e suave e etéreo som", que, talvez só o meu amigo, terá ouvido e num impulso, como diz, ter criado uma palavra nova traduzindo o que sentiu? Eu percebi perfeitamente o que queria dizer. Não pense é que vai ser aceite, porque o António não pertence à Academia de Letras. :)) Só aconselho, para não chocar os mais exigentes, que faça uma chamada e explique após o texto o que significa o termo que inventou.
Choca-me bem mais a utilização do neologismo estória (estou a ser simpática, porque na verdade embirro solenemente com a palavra) proposta no inicio do século XX à Academia de Letras Brasileira, copiada do inglês story, que nunca foi aceite pela norma culta e os brasileiros usam com o significado de narrativa popular inventada. Os portugueses, pobres "de" espírito (e não "em" como diz a bem-aventurança)já copiaram.
Sou mesmo "mau feitio" não sou? :))
Hoje esteve, de facto, um lindo dia de Sol. Foi um lindo dia de outono.
Se calhar ando para aqui às voltas com a doçura daquelas cores da melia com a brisa a marulhar docemente, impercetivelmente, nas suas folhas e vai daí surge aquele som melodioso que eu ouvi (sim, sra., ouvi, mas fui só eu); dulcíssono (melodioso)que vem do latim; também se poderá usar? dolcissimo (it.).
EliminarMas quem sou eu para me meter nestas barafundas?! Arrisquei ...
Quer-me parecer que tínhamos aqui tema para chamar um filólogo professor...
Qual "mau feitio"?!... :)
(v. dicionário Houaisse da Língua Portuguesa (Temas e Debates))
:;))