Hoje de manhã, como quase sempre,
à sexta-feira, fui à cabeleireira. Levei o André que veio no domingo e ficará
até ao Natal, como se fora um presente antecipado do Menino Jesus.
Como fazia no tempo da mãe e da
tia, preveni-me com bolachas e um livro de histórias, para vencer a impaciência
que o André pudesse manifestar ao longo do tempo de espera. Só não levei água,
pensando que lá era coisa que não faltaria.
Chegados à cabeleireira, o André
sentou-se. “Queres ver o livro ou queres que a avó te leia uma história?” – Quis
ver o livro enquanto me começavam a lavar a cabeça. “Avó, não gosto deste livro”
– Pois, a avó tirara um livro da estante, pertença da mãe ou da tia, com muitas
histórias e nem se dera ao trabalho de reparar se se adaptavam ao nível etário…
E continua sem saber, na verdade acha que, passados tantos anos, os interesses
são outros, porque aquele livro usara-o com crianças mais velhas, sem
reclamações da parte destas.
A cabeleireira resolveu a questão
latente emprestando um Tablet – nem
já as cabeleireiras são como as de antigamente – e o André descobriu um jogo adequado
ao momento e vá de brincar mudando os penteados da imagem feminina que aparecia
no monitor dizendo que era eu. Tive cabelo às riscas, espetado, bicolor, curto, comprido, com
lacinho e sem lacinho e lavaram-me a cabeça e secaram-me o cabelo, na paz do
Senhor, sem sacrifícios de espera impaciente para o neto.
“Acha que com esta altura fica
bem o cabelo enrolado para fora?” – perguntei à Lígia. “À senhora tudo fica bem”
– ora ali estava uma maneira airosamente mentirosa, de responder de forma
afirmativa à minha pergunta. Faça-se! E quando vi o cabelo enrolado para fora,
até gostei do resultado. Estava diferente, muito diferente. Paguei e saímos.
Com o André sentado, no carro, no banco de trás, cinto
de segurança colocado e com tudo como mandam as regras, ponho o motor a
funcionar e preparo-me para arrancar. “Avó” – paro e olho para trás – “há algum
problema?” – não, não havia, só curiosidade: “Mas afinal o que vieste fazer?”
Ah! Os netos… Que adoráveis
pestinhas! E ri-me com vontade, não fora eu uma mulher que prefere uma verdade nua e crua à mais piedosa das mentiras.
Obrigada pelas correções, Alberto. E também por considerares que eram distração. Eram mesmo. Foi escrever a correr, pensando em muitas outras coisas e nem olhar para ver.
ResponderEliminarBeijinho
Ah, o "Alberto" mandou um e-mail. Estava-se mesmo a ver, o neto ali ao lado, avó isto, avó aquilo, alguma coisa havia de passar pelo crivo da peneira sem dar por isso.
ResponderEliminarOs netos são uma maravilha para nos alterar os hábitos e as rotinas! E até a nossa maneira rígida de encarar a vida do dia a dia!
Bom Natal, Isabel, espero que o André não perca essa sua vivacidade, tão depressa. Quando chegar essa altura, é sinal de que mais um ciclo está a passar...e o tempo tem muito tempo...pode esperar...
Sim, não há pressa nenhuma de crescer. Eu ainda não terminei o processo. :)
EliminarPara si e para a sua doce Zaida um Natal muito feliz. Os meus votos são extensíveis a toda a família.
Boas Festas.
Um abraço solidário e fraterno.
Isabel
Obrigado, Isabel, pelos seus votos.
ResponderEliminarA Zaida partilha comigo este espaço do blogue, de modo que retribui as saudações com amizade e compreensão. Também ela tem sido mais que mãe para os netos. E como eles lhe retribuem esse amor e dedicação!. Os seus sorrisos e piropos (de toda a espécie) são mais que reconfortantes.
Um abraço de Paz, Fraternidade e muita Solidariedade...
António e Zaida
(Já teve ocasião de ver http://gatimanhos.blogspot.com ? )