Cultivo um certo amor por caderninhos de notas pequenos, sem argolas, detesto cadernos de argolas, onde
por vezes escrevo e que depois de concluídos destruo, porque não interessa a
ninguém conhecer-me e eu habituei-me a que me pensem, como querem. Assim conquistei
uma certa margem de liberdade de ser eu, dona e senhora do espanto dos dias,
dos momentos de alguns dias.
Hoje, quando abri um desses pequenos cadernos,
com a intenção de colar um raminho que colhera no Dia da Mulher, junto ao restaurante
onde almocei, deparei-me com esta nota. O que relata podia ter acontecido
hoje, nesta linda manhã sol:
Hoje, de manhã desci ao centro da
cidade. Depois dos assuntos tratados, sentei-me na esplanada do “Aldeia dos
Sabores”, na Praça Rodrigues Lobo, em ameno cavaqueio com a F.S. Cerca das doze
horas, quando vinha embora, uma menina abordou-me:
- Olá. É para ti.
E ofereceu-me este pézinho de
rosmaninho. Sorri enquanto pegava a flor.
-Olá. Como te chamas?
- Laura.
- Muito obrigada, Laura. És muito
bonita.
Segui. A Laura, talvez uns cinco
anos de gente muito ternurentos, lá ficou brincando na praça com os outros
meninos, com o meu afago nos cabelos. Eu trouxe um sorriso lindo, daqueles que
só as crianças têm para oferecer e um pé de rosmaninho bem cheiroso.
É preciso tão pouco para sermos
felizes!
Aconteceu a trinta de Maio de dois
mil e doze. Podia ter sido hoje…
Que cheirinho a rosmaninho!
ResponderEliminar:)
E eu que ando, no olhar, com as flores imaculadas daquela ameixieira ali em frente, na quinta do snr. Duarte, que todos os anos me captam a atenção. É uma ameixieira de pequeno porte, idosa mas sempre viçosa.
ResponderEliminarAs várias fotos que já lhe tirei não me deixam apreciar a sua beleza, não me deixam tocar-lhe. Está lá, na extrema da quinta, do lado mais afastado, não consigo tocar-lhe nem com a teleobjetiva de 300 mm. Mas aquele vulto branco é dos primeiros sinais de Primavera que observo da janela do meu quarto!
Ontem estive em Minde. Manhã gélida mas clara. Lá estava, na rua de Sto. António, uma bela e majestosa ameixieira de flores brancas. Toquei-lhe com a objetiva e com as minhas próprias mãos.
E guardei-a, ciosamente, no meu bloco das ocorrências do quotidiano.
Vou partilhar esta emoção no meu blogue.
Mais logo... mas vou.
Há momentos, que serão irrelevantes para outros, mas que nos transmitem sensações indeléveis de felicidade! Há que fruir esses momentos mágicos!
Hoje tem estado um dia tão belo!...
A bela e gratuita inocência das crianças!...
ResponderEliminar(Também adoro caderninhos para escrever a lápis...)
Beijinhos
Começo por agradecer a sua visita ao meu Rochedo. Peço desculpa pelo atraso, mas estive adoentado e sem vontade para abandonar o Rochedo.
ResponderEliminarTambém gostei de conhecer o seu blog e ler este post ternurento.
Amigos,
ResponderEliminarMuito obrigada pelos comentários. Bem hajam pelas vossas palavras!
António, eu já espreitei o seu jardim. Está lindo!