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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

CHUVA

Chove uma grossa chuva inesperada,
Que a tarde não pediu mas agradece,
Chove na rua, já de si molhada
Duma vida que é chuva e não parece.

Chove, grossa e constante,
Uma paz que há-de ser
Uma gota invisível e distante
Na janela, a escorrer...

Miguel Torga, Poesia Completa

7 comentários:

  1. Hoje caiu muita, era esperada, não me molhou...
    :)

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  2. E é que chove mesmo!
    Muito bonito o poema.

    Beijinho

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  3. Chove...
    E há vento...Ventania...
    Dia cinzento...Melancolia.

    Há chuva...
    Onde não chove!
    Cai em cascata... Brilhante!
    Com o sol, é um diamante!
    É fresca... É quente... É de repente!
    É chuva e é fantasia! Só alegria!
    E tudo, tudo se sente!
    Por vezes... uma doce agonia!

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  4. Chego tarde e a más horas, se calhar.

    Olha o Torga, como eu me habituei a rever-me no Torga e nas sua pedras e no seu Marão!

    Hoje, agora, já não chove, o dia está lindo, mas frio, daquele que me faz lembrar, com frequência, o Torga.

    Será que o Torga ainda por aí anda, aqui por Leiria, ali ao pé do Iglésias (do Fernandes...)?!

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  5. O António virá sempre a tempo de comentar e será sempre bem vindo.

    Torga anda onde quisermos se não o esquecermos. Eu prefiro imaginá-lo numa paisagem mais agreste, nunca o encontro a ver as malas na montra do Toninho.

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  6. Por falar em Torga um dos dois poemas de que mais gosto:

    Um Poema

    Não tenhas medo, ouve:

    É um poema

    Um misto de oração e de feitiço...

    Sem qualquer compromisso,

    Ouve-o atentamente, de coração lavado.


    Poderás decorá-lo

    E rezá-lo

    Ao deitar ao levantar,

    ou nas restantes horas de tristeza.


    Na segura certeza de que mal não te faz

    E pode acontecer que te dê paz...


    Miguel Torga, Diário XIII

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  7. É lindo, sim! Já não me lembrava deste poema. Acho que terei de reler os Diários de Torga.

    Que bom ter-mo recordado!

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