Chove uma grossa chuva inesperada,
Que a tarde não pediu mas agradece,
Chove na rua, já de si molhada
Duma vida que é chuva e não parece.
Chove, grossa e constante,
Uma paz que há-de ser
Uma gota invisível e distante
Na janela, a escorrer...
Miguel Torga, Poesia Completa
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
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Hoje caiu muita, era esperada, não me molhou...
ResponderEliminar:)
E é que chove mesmo!
ResponderEliminarMuito bonito o poema.
Beijinho
Chove...
ResponderEliminarE há vento...Ventania...
Dia cinzento...Melancolia.
Há chuva...
Onde não chove!
Cai em cascata... Brilhante!
Com o sol, é um diamante!
É fresca... É quente... É de repente!
É chuva e é fantasia! Só alegria!
E tudo, tudo se sente!
Por vezes... uma doce agonia!
Chego tarde e a más horas, se calhar.
ResponderEliminarOlha o Torga, como eu me habituei a rever-me no Torga e nas sua pedras e no seu Marão!
Hoje, agora, já não chove, o dia está lindo, mas frio, daquele que me faz lembrar, com frequência, o Torga.
Será que o Torga ainda por aí anda, aqui por Leiria, ali ao pé do Iglésias (do Fernandes...)?!
O António virá sempre a tempo de comentar e será sempre bem vindo.
ResponderEliminarTorga anda onde quisermos se não o esquecermos. Eu prefiro imaginá-lo numa paisagem mais agreste, nunca o encontro a ver as malas na montra do Toninho.
Por falar em Torga um dos dois poemas de que mais gosto:
ResponderEliminarUm Poema
Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente, de coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar ao levantar,
ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza de que mal não te faz
E pode acontecer que te dê paz...
Miguel Torga, Diário XIII
É lindo, sim! Já não me lembrava deste poema. Acho que terei de reler os Diários de Torga.
ResponderEliminarQue bom ter-mo recordado!