SONHO. NÃO SEI QUEM SOU
Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.
Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
Não tenho ser nem lei.
Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém.
Fernando Pessoa, in Cancioneiro
Permites-me que estenda essa homenagem à tua pessoa?
ResponderEliminar:)
:)
ResponderEliminarBolas! podias ter escolhido um poema mais fácil! (Se é que ele alguma vez escreveu poemas fáceis...)
ResponderEliminarAusência,
ResponderEliminarConsciência,
Solidão...
Só um senão:
Existência.
Olá Isabel!
ResponderEliminarEscolheu um poema muito transcendente....
"não tenho ser nem lei"
"se existo é um erro eu o saber"
:(
ver Sonho Impossivel.
ResponderEliminarPoema Fernando pessoa
canta Maria Betania
ver Youtube
Olá, "carol"
ResponderEliminarO que será "fácil" senão uma palavra inventada pelo Homem para exorcizar os seus medos?
O que será "fácil" senão a chave com que se abre a porta da coragem?
Nem sempre usamos a palavra "fácil", porque somos pródigos em palavras ou expressões com o mesmo sentido.
Olá, Olímpio.
ResponderEliminarCom tão poucas palavras e acertou todos os "tiros". Isso é que é pontaria!
A Existência é dura, mas não é um defeito. E se fosse eu não me importaria (lol).
Olá, Maria Helena,
ResponderEliminarQuem não deseja ir para além de si? Quem não deseja livrar-se das limitações do eu?
Quem não visa a plenitude?
Será que cada um de nós não visa à sua maneira a plenitude?
Não se fará a transcendência de desejo e movimento?
Olá "euchavi"
ResponderEliminarTerei em conta a sua recomendação. Obrigada
Isabel!
ResponderEliminarNão podemos ser tão exigentes assim!...
A Isabel vai ao âmago da interpretação do poema...
Tem alma de poeta!!!.......
Bom Domingo
Beijinho
MHelena
O bastante, é comezinho!
ResponderEliminarO tudo, é pouco!
Só o absoluto importa!
Olá, Olímpio.
ResponderEliminarO problema é ser tudo relativo.
Será que estamos de volta ao mesmo?! :)
Maria Helena:
ResponderEliminarComigo a fada-madrinha fez tudo pela metade:). Deu-me uma sensibilidade que me enche a alma de nódoas negras e esqueceu-se de me dar o dom da poesia.
Cá vou vivendo o melhor possível com a fragilidade que me calhou em sorte. :)
Relativo???!!!
ResponderEliminarE fala em plenitude?????!!!!!
Qu'é isso de plenitude relativa????!!!!
Fragilidade?????!!!!!
ResponderEliminarDe frágil não tem nada minha Amiga!....
A sua Fada-Madrinha fadou-a não pela metade mas,....por inteiro!
Desde que a conheço que acho que é uma Mulher PLENA, quer fisicamente, quer intelectualmente....e esta hein!!!
Com este elogio vai ter com toda a certeza uma SEMANA PLENA de TUDO AGRADÁVEL e BOM!!!,,,,
Beijinho MHelena
Olímpio,
ResponderEliminarQue sonhemos em grande! A plenitude é uma utopia, que por vezes parece que tocamos.Isso acontece quando ao sonho conseguimos imprimir movimento e ele acontece. Por isso achamos que há momentos que valem a vida. Desiludimo-nos quando descobrimos que são as certezas, ou o que de mais perto temos como certo (porque certeza só existe uma - a morte)que nos dão segurança e que são as rotinas que nos fazem felizes. Eu sou uma triste (lol),falta-me o sentido prático da vida e para mim as rotinas são para quebrar. Aceito a vida corajosamente, mas há sonhos de que sou incapaz de abrir mão, embora o que eu quero possa ser negociável e o que não quero não seja (de todo!)
Há uns anos atrás, à noite, quando me deitava para dormir, pensava no dia que findara, não como acontecera, mas como eu gostaria que tivesse acontecido e adormecia tão cheia da palavra amanhã que o dia seguinte era o meu sonho de plenitude.
Quanta tolice! Pensará o meu amigo. Não contesto. Cada um sobrevive o melhor que pode.
Do conhecimento escasso que aquelas duas ceias que partilhámos na Herdade do R., onde caí de "para-quedas" no seu grupo de amigos, quase me atrevo a dizer que o Olímpio é um sonhador inveterado. Engano-me?
Maria Helena,
ResponderEliminarQuanta simpatia! Mas que exagero! Fiquei sem jeito. A Fada-Madrinha esqueceu-se de me obsequiar com o sentido prático da vida, mas felizmente conseguiu emendar a mão fazendo-me uma pessoa vocacionada para a tarefa, de modo que o dito defeito não se nota muito. Sou das que mesmo "com as vísceras na mão" vou em frente.
A Fada-Madrinha esqueceu-se de me atribuir as prendas que refere, mas deu-me amigas, como a Maria Helena, disponíveis para me mimarem com palavras como as que me dirige. Eu tenho consciência de que só a sua boa vontade e simpatia as ditaram, não sou eu que as mereço, mas agradeço do mesmo modo a sua gentileza.
Bem haja pelos miminhos.
A vida, é uma escada sem fim...
ResponderEliminarCada degrau, um patamar de incompletudes...
O refúgio, é o relativo...
A angústia, é a consciência do absoluto...
Do absoluto, o vértice é o sonho...
O Milagre, é o sonho de uma criança.
Olímpio, parece que estamos de acordo. Belo poema!
ResponderEliminarTudo o que faço ou medito
ResponderEliminarFica sempre na metade.
Querendo. quero o infinito
Fazendo, nada é verdade.
Que nojo de mim me fica
Ao olhar para o que faço!
Minha alma é lúcida e rica
E eu sou um mar de sargaços
Um mar onde bóiam lentos
Fragmentos de um mar de além...
Vontades ou pensamentos?
Não o sei e sei-o bem.
Fernando Pessoa in Cancioneiro