A Rita e o André vieram à praia, passar a
tarde com a avó.
A Rita, que pela primeira vez
vinha a banhos, não gostou da areia. O André brincou com a alegria, com que só uma
criança de seis anos sabe brincar. A avó, encantada, brincava ora com um ora
com outro, dividindo o tempo entre a beira-mar, onde se dedicava à apanha de
algas com o André e a barraca, onde a Rita teimava em não sair da toalha.
“Deixa o rapaz ir à água sozinho
e sossega” disse a mãe “estou a vê-lo. Com esta idade, eu ia a pé, sozinha,
para a escola” “mas tu eras minha filha e ele é meu neto. A ti educava-te e a ele
só amo”.
A minha filha entendeu. Nestes
curtos anos, já descobriu como é difícil ser mãe. Gerir amor e ensino/aprendizagem
da vida é um trabalho de génio, meticuloso e sofrido, que uma reza, em surdina,
dirigida às divindades, acompanha: “que não venha um vendaval que me arrase a
sementeira…” porque a ação de educar é como a de cultivar um campo: a terra
poderá ser ótima, a semente de primeira, o fertilizante adequado, o agricultor bom
conhecedor do ofício, mas nunca há garantias em relação à colheita, para a qual
não estão previstos seguros, nem subsídios do estado. Também já pôde observar
como é fácil ser avó: amor sem medida e sem cuidados, mergulho inconsciente em
afetos, irremediável excesso de velocidade em todas as curvas da vida… Pois! E
lá andei ontem, dividida entre a beira-mar e a barraca, num vai-e-vem imparável,
saboreando aquelas delícias de netos.
A minha filha registou o
acontecimento com algumas fotos e eu adverti: “não te esqueças de mas enviar”. Não
esqueceu. À noite abri o PC e deparei-me com o email, que foi enviado para
mim e para a irmã, que não pudera ir. Transcrevo o texto que acompanhava as
fotos, com o fim de solicitar a vossa ajuda:
From:
Date: 2012/8/9
Subject: Olha o Chapéu
Date: 2012/8/9
Subject: Olha o Chapéu
To:
Nana,
Nana,
A tua mãe
afinal não alugou barraca,... comprou um chapéu....
Deixe-as falar, chapéus há muitos, mas como esse...
ResponderEliminar:)
Fica-lhe bem e aviva ainda mais, o que não é fácil, esse bonito sorriso. Haja Sol com fartura!
:)
Ah, Rui, que remédio tenho eu senão deixá-las falar... Esta coisa da democracia é terrível para as mães de filhas irreverentes. Mas... aqui para nós, eu acho graça e por norma, ajudo à festa. É assim numa de quem não podendo vencer o "inimigo" se junta a ele :)
EliminarMuito obrigada pelo cumprimento. Grande gentileza a sua. Deixa-me sem jeito. Acho que até vou dormir com o chapéu... :))
O Rui já conseguiu fazer a síntese dos eventuais comentários a este "post"!
ResponderEliminarQue mais poderei acrescentar, concordando eu em absoluto com o que já aqui deixou escrito?
Fica-lhe muito bem, o chapéu, Isabel, e a foto também está muito oportuna! Mesmo no momento!
Aquela expressão da filha não podia ser mais certeira.
Não tenho hipótese de discordar de nada do que aqui ficou dito. Nós, os avós, damos todos os mimos possíveis e alguns imaginários aos nossos netos. De modo que temos que estar preparados para qualquer boca dos nossos filhos, quando reclamam que lhes estragamos os filhos com tanta prodigalidade da nossa parte.
Onde é que eu já vi este filme?!...
Olá, António.
EliminarMuito obrigada pelo cumprimento, que a sua simpatia e gentileza ditaram. Como o Rui diz: "chapéus há muitos" e logo me havia de apetecer comprar este...
Os avós se não nascessem tinham de ser inventados! Pelo afeto absolutamente incondicional, diferente do disponibilizado aos filhos por este ser sem cuidados, não temos de educar, só amar e pela cumplicidade das pequenas coisas com que brincando os ajudamos a crescer em ternura. Mas os netos... o que nos dão em troca... Haverá sorriso mais bonito? Abraço que mais nos prenda? Beijinhos mais doces?
O amor que sentimos pelos netos, tal como o que devotamos aos filhos é um amor-perfeito. É por isso que existe uma flor com esse nome. :)
Que a floresta não nos distraia da arvore...
ResponderEliminarOlá, João.
EliminarEsperemos que não, que o geral não nos roube o particular. Que a multiplicidade não nos faça esquecer a unicidade. Que a visão de conjunto não nos prive do pormenor, porque são os pormenores, as pequenas coisas que muitas vezes fazem a diferença. É por isso que, no meio da floresta, só uma sombra nos apetece.
Desejo que os seus projetos profissionais continuem a superar as suas expectativas e a torná-lo cada dia mais feliz.
Referia-me ao chapéu.
Eliminar:)
EliminarTambém eu. Há tantos... :)
O que nós temos de ouvir das filhas!.... E dos netos? sabe-se lá o que teremos de ouvir ainda? Oxalá...
ResponderEliminarMas olha que eu acho que o chapéu te fica muito bem e tem tudo a ver contigo!
Deixa-as lá falar...
Boa praia!
Obrigada, Graça.
EliminarAs nossa filhas são uma pestes, mas o que seria de nós sem elas? Até gostamos... de lhe aturar a irreverência.
As nossas filhas e netos são a melhor coisa do mundo.Que bom serem irreverentes,não é?
ResponderEliminarEu estou com a minha Sofia em Lisboa,amparando-a num momento difícil e...amparando-me.Depois falamos.
A foto está o MÁXIMO!!Digna de publicada numa revista vip.Aproveita essa boa disposição.
BOAS FÉRIAS!
Minha querida amiga,
EliminarDaqui vai o meu abraço de apoio incondicional, com o enorme desejo de que tudo se resolva depressa e a contento da tua doce Sofia.
Tudo de bom para todos vós.
Um forte abraço.