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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

AS LUVAS VERDES

Sexta-feira, o André desenhava e eu telefonei à minha amiga AL:

- Amanhã, mesmo que chovam picaretas, vou à Baixa, comprar umas luvas verdes. Se não tiveres medo de arriscar uma chuvada, poderemos almoçar juntas e pôr a conversa em dia”.

O André estava atento. - Amanhã, vais para tua casa?

- Não, vou só sair com uma amiga, depois volto para brincarmos mais.

- Queres umas luvas verdes?

- É isso mesmo, quero umas luvas verdes. Anui admirada pela atenção com que estivera ao telefonema.

- Então vamos já comprar as luvas. E o André salta da cadeira e corre para o quarto de onde traz três livros.

- Vamos ver se há nestas “lojas”. Diz-me ele sorridente.

Eu entrei no jogo e estivemos à procura em cada livro-loja, que ele ia renovando à medida que, sem êxito, íamos procurando nas ilustrações, o par de luvas verdes do tom que eu desejava. Não havia, mas bom vendedor o André não desistia.

- E estas, avó?

- Estas são bonitas, são de um azul lindo, já que não há verdes… Acho que também gostaria de ter umas luvas azuis.

Premonição! Sábado de manhã, corajosamente, debaixo de uma chuva diluviana, fui com a minha amiga à luvaria Ulisses, luvas verdes, tipo semáforo, não havia, nem sequer pele para as mandar fazer de encomenda.

-Se não quiseres tentar as “Galerias Lafayete” (brincou a minha amiga) sempre poderemos ir à Avenida de Roma…

- “Não. A Paris ou Roma só se vai na Primavera. Vamos pôr a conversa em dia e almoçar.

E comprei mesmo umas lindas luvas azuis.

3 comentários:

  1. Ai estas avós sempre a fazerem as vontadinhas aos netos.... Eu cá não sou assim... ...

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  2. Azuis mas com um tom meio esverdeado, não?

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  3. ... e um dia o André dirá:

    A Avó Isabel é um pássaro verde com luvas azuis a voar num dia de Primavera

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