Não sei em que pus as vistas pela capital ou no que não terei posto, que chegada a Leiria, tive de ir a correr para a oftalmologista. Estou doente dos olhos. Eu achava que era do esquerdo e a médica diz que o direito está pior. Não admira. Há que respeitar as tendências…
Seja lá como for, isto deprime-me e obriga-me a tomar “umas pastilhas” enormes de quatro em quatro horas, cinco ao dia, acontecendo a última toma precisamente às vinte e quatro horas. Até aqui, nada de mais, é a hora a que habitualmente me deito. Porém, tendo em conta que estou “doente”, achei que merecia certos mimos há muito de mim arredados: Para começar, lamentar-me “ai, ai, estou doentinha!” depois passar os serões em que ninguém, fora da graça de Deus, se lembra de marcar reuniões, deitadinha no sofá, vendo televisão, à espera da hora de tomar o remédio.
Tapo-me com a minha manta, não com a de estrelas, que essa oferecia-a à minha filha mais nova, mas com outra; florida, primaveril, onde no verso bordei a frase que Vítor Barroca Moreira escreveu aos nove anos e que Maria Rosa Colaço nos deu a conhecer no livro Flores para Crianças: “O amor é um pássaro verde num campo azul no alto da madrugada”.
Aconchego-me bem enrolada no “pássaro verde” e comigo já são dois, “no campo azul” – o meu sofá e lá ficamos… Quantos mais vêm nem sei… Tal como na história infantil vão chegando, um de cada vez e ficam três, quatro, … tantos quantos os sonhos vão trazendo; tal com depois vão partindo até ficar só um. Eu, só, no “alto da madrugada” sem ver televisão e sem ter tomado o remédio às horas devidas, rabugenta, toda torcida, amachucada, porque o hipopótamo também deve ter participado no serão.
O prazer é todo meu. E o meu sofá todo teu:)
ResponderEliminarTrata-me por tu, pode ser?
Venho apenas lembrar que está na hora do medicamento. Desejo-lhe rápidas melhoras!
ResponderEliminarM.
ResponderEliminarMuito obrigada, não esquecer o teu oferecimento.
Rui:
ResponderEliminarAinda não está bem na hora, mas já não falta muito. Muito obrigada pelos votos de rápidas melhoras. Eu bem desejava que fossem rápidas...
Estás a sugerir que foi algo que viste lá pela capital que te pôs "noentinha"?... nem te atrevas!
ResponderEliminarBoas melhoras.
in a criança e a vida , colectânea de textos infantis, coligidos por maria rosa colaço
ResponderEliminarAo acaso abro neste Poema à professora
Conheço-te há três anos
Chamo-te Maria ou Pássaro Azul
e dou-te este poema solitário
numa noite de origens e de rosas.
O teu cabelo é paisagem verde
os teus olhos são a luz do mundo
o teu rosto é a minha saudade.
A escuridão é abundante dos que sofrem
e como tu
ninguém tem o coração mais dentro do peito
a sofrer a sofrer por nós
que somos teus irmãos
víctor figueiredo 9 anos
Olá, "euchavi"! Muito obrigada pelo poema que escolheu para mim.
ResponderEliminarUm abraço.
"Carol" Não sei se foi algo que vi ou se foi algo que não vi. Fiquei doente e isto vai de mal a pior...
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