Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chega
Eugénio de Andrade
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.
Abençoado seja se lá chega
Eugénio de Andrade
Esta é muito difícil de ler, sem óculos de sol (graduados no meu caso).
ResponderEliminar:)
O nevoeiro às vezes acontece na nossa alma, magoada pela incompreensão daqueles que amamos incondicionalmente. Então não há óculos que nos valham. É mesmo esperar que se dissipe.
EliminarÉ a vida a acontecer, nem sempre como gostaríamos. :)
Eu não me preocupo com a falta de óculos. Tento sempre olhar o sol de frente, mesmo que o preço a pagar sejam algumas lágrimas.
Está uma linda manhã de sol. Carpe diem
Pois...
ResponderEliminaristo é o que diz o poeta
e a poesia que ele escreve?
Apela ela sempre à luz, à beleza?
À esperança?
E quando quer o poeta quer o leitor
têm o seu espírito toldado
pelo nevoeiro, mais ou menos cerrado
quantas vezes infernal?
"Abençoado seja se lá chega"
Amen, Eugénio
Gosto muito da tua poesia
Se calhar tens mesmo razão
nós, os leitores é que
temos der ser capazes
de ver essa luz
mesmo no meio do nevoeiro!
E não é o que o dia, hoje, até está a amanhecer radioso?
Felizmente, radioso! E eu vou comprar flores para me alegrar. :)
EliminarMuito obrigada, António, pelas suas palavras.