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terça-feira, 1 de março de 2011

FÉNIX

Ela acordou cedíssimo naquela manhã de Sábado. Viu-se perante uma situação estranha e assustou-se. Não bastava estar doente dos olhos? Seria a situação consequência do antivírico? Deveria ir ao hospital? “Não há Sábado sem Sol” pensou e deitou-se novamente esperando que fossem horas para ir à consulta aberta, ao Posto Médico.

A ida ao médico adiantou pouco. “Poderá ser isto… poderá ser aquilo….“Pare com o antivírico e aproveite o fim-de-semana para repousar”, foi a recomendação do clínico que também não percebeu o que se passava. E ela voltou para casa, não sem antes visitar a mãe para deixar a “Maria”não fossem faltar-lhe os resumos das telenovelas, que paciência já não há para ver aquilo tudo, na TV, dia a dia, aos bocadinhos.

Precisava de palavras de conforto, de mimo, de ânimo, de esperança, mas mesmo que o médico tivesse passado receita, nada disso se vendia na farmácia. Deitou-se e aproveitou para estudar o papel da peça de teatro em que participa.

Lembrou-se e telefonou à amiga ”amanhã, não poderei ir ao passeio pedestre a Alvaiázere, estou doente”; “queres que vá aí? tens almoço? queres sopa?

As horas foram passando. Apareceu a empregada avisada pela amiga. Trouxe um braçado de grelos e outro de flores. Alegrou as jarras e partiu.

Às dezoito e trinta levantou-se. Um duche revitalizou-a. Cuidou-se, vestiu um vestido preto bem justinho e pendurou umas penas rubras ao pescoço. O jantar de Carnaval do Rotary Club estava marcado para as vinte. Morrer sim, mas não de tédio!

Dançou toda a noite e as penas rubras foram-se espalhando pelo chão!

Fénix renascera das cinzas.

20 comentários:

  1. Francamente li e reli e fiquei na dúvida...Real? Imaginado?

    Ou que seja é uma história do diabo (mais se for imaginada...)...

    E escreves bem:)

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  2. Olá M.
    Não é uma história imaginada. É verídica.
    Obrigada pelo "escreves bem :)"

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  3. Não se agradece o que se é!!!

    :)

    Não sou muito de elogios. Mais de constataçõs:)

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  4. Fenix quer dizer vermelho *
    Eram rubras suas penas
    Imortal não aconselho
    Mas duradoura apenas

    O vestido justo preto
    Não é Fenix renascida
    É mais "não me comprometo"
    É mais "gosto da Movida"!

    Se toda a noite dançou
    A espalhar penas no chão
    Então o vírus finou
    No meio da confusão

    nota do autor: Fenix está ligada à palavra fenicio e associada à cor purpura,embora Fenix tivesse cinco cores

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  5. Fénix com novas penas?
    Ou Fénix sem penas
    A penar com pena
    Das outras penas?

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  6. Olá "euchavi"! Mas que veia! Obrigada pelas quadras.
    Espalhei as penas da echarpe, mas tive alguma ajuda. As penas eram bonitas, atractivas mesmo e muita gente andou com elas ao pescoço, ajudando a espalhar as minhas penas pelo chão.
    Cheguei a casa quase sem penas, mas o vírus não se finou

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  7. Olá, Olímpio!

    Pois tenho pena, aqui digo
    Tenho pena, não sou galinha
    Só queria que o meu amigo
    Tivesse também pena minha

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  8. Olá Isabel sem pena!

    Para burro só me faltam penas
    Mas burro penas não tem!
    Que pena faltar-me a pena
    De não ter pena de ninguém!

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  9. Olímpio, que nada lhe falte!

    Se tem pena de não ter penas
    Faço-lhe um belo toucado
    P'ra que esse burro sem penas
    Fique lindo e enfeitado

    Ponha as penas nas orelhas
    Outras na cauda coladas
    Verá as novas e velhas
    Só burras apaixonadas

    Fico sem penas, é certo
    Mas outras desse jaez
    Comprarei aqui bem perto
    Na loja de algum chinês

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  10. ó Fenix, agora dás-te às desgarradas?!... Tá giro, tá!

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  11. Pois, se me havia de dar para pior... :) Se calhar tive febre e nem dei por isso (lol)

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  12. Penas não há na loja
    De chinês nem de ninguém
    Penas só há na forja
    Do penar por um alguém

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  13. Depende da pena, amigo
    Relativo é o conceito
    Acredite no que digo
    E arranqu'as penas do peito

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  14. Não são penas do peito
    Nem penas de nenhum pavão
    Penas apanham-se a eito
    Apenas as do coração

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  15. As penas do coração
    São as dum amor falhado
    Penar por isso, é que não
    Muda-se é de namorado(a)

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  16. Absoluto é o Tempo
    Qualquer seja o conceito
    E é também o Pensamento
    Sempre além do dito e feito

    Há penas de todo o jeito
    Quer se queira quer não
    Mas as penas do bem mal feito
    São das piores do Coração

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  17. Há penas de todo o jeito
    Por isso quis dar as minhas
    Já tenho o toucado feito
    Estou a cosê-lo com linhas.

    Leia Kant e então
    Será mais objectivo
    As penas do coração
    Doem? Tudo é relativo!

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  18. Nunca leio Kant nem Comte
    Nem Descartes ou Galileu
    Por mim quero iluminar minha fonte
    E dar Luz a noites de breu

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  19. É cego quem não quer ver
    E vive na escuridão
    Se filósofos não ler
    Não consegue ter razão

    Conhecimento é luz
    Helenístico conceito
    Mas só a ele faz jus
    Quem estudar a preceito

    Insiste por teimosia
    Não lhe falta inteligência
    Teima só por fantasia
    Pensando que é persistência

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  20. Não me importa não ter razão...
    Nunca estudei a preceito!
    Só tenho a minha Razão
    E querer aprender a meu jeito.

    Só há vida com fantasia
    Disfarce é a persistência
    Eu prefiro a teimosia
    E que vá abaixo a petulância

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